A música toca alta. Hip hop. Meu estilo preferido. Mas não estou dançando. Prefiro observá-lo daqui do bar.
Ele está ali com a sua "gangue". Todos dançam e ele simplesmente desliza pela pista, parece flutuar. Seus movimentos fluidos e extremamente bem coordenados prendem a atenção de todos. Aliás, o seu grupo de amigos chama a atenção, mas é ele que atrai o meu olhar.
Sua barba por fazer, olhos castanhos, um estilo sem igual. A sensualidade emana dele. Meu pensamento se concentra na tarefa de adivinhar qual seria o perfume que ele usava.
Ali, no meio de todos, com seus passos dignos de um profissional, ele pode ter quem ele quiser. Pode me ter. (Os homens não sabem, mas as mulheres adoram caras que sabem dançar)
Por que ele não olha pra cá? Odeio isso.
Distraio-me por alguns minutos. Começo a prestar atenção na música e no lugar ao invés do dançarino.
"- Uma água, por favor."
Ouço uma voz rouca e percebo o "deus" do meu lado, a poucos centímetros de distância. Olho pra ele e recebo um sorriso de volta. Que sorriso lindo.
Tento pensar em algo pra falar. Nada sai. Logo, ele está deslizando pela pista novamente. Minha chance de ouro se vai com ele. Estúpida. Como pude deixá-la passar assim, sem nem lutar pra tentar agarrá-la? Odeio isso.
Deixa pra lá.
"- Vamos dançar?" pergunto a minha fiel escudeira. Feito o convite, fomos pra onde verdadeiramente pertencíamos, a pista de dança.
Apesar dos olhares, em grande parte meus (talvez não, mas sou exagerada), a noite acaba com um de cada lado. Eu aqui, ele lá. Nenhum contato. Nada além de sorrisos e olhares sorrateiros.
Não se pode ter tudo. Uma pena. Quem sabe na próxima.
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Um texto "grande" pra compensar a longa ausência. :) Espero que gostem!
Olhei para a minha espada. De repente, a batalha que estava perto de acontecer fugiu dos meus pensamentos. Fechei os olhos e quando os abri podia vê-la ali, bem na minha frente.
Suas mãos suaves tocavam as minhas calejadas pelo uso constante da espada. Seus olhos azuis encaravam os meus e sem falar nada ela me dizia tudo. Amor, compreensão.
Em nossa muda comunicação eu podia ler no jeito dela o que ela queria. Seu desejo também era o meu. Tudo que eu mais queria era sair dessa guerra e voltar para os braços dela.
Voltar para nossos momentos juntos. O pecado do beijo. O pecado do amor. O pecado de conhecer tudo daquela mulher e mais.
Por um momento, consigo sentir seu perfume quando ela limpa o suor de minha testa e suavemente a beija. Quase sinto o calor de seus lábios.
Respiro fundo. Quando olho de novo, ela não está mais lá.
“Senhor! Senhor!” Alguém me chama.
Está na hora da batalha. A última que me separa dela. Fecho os olhos novamente e quando os reabro estou pronto pra mais uma batalha.
Junto minhas forças. Tenho que sobreviver, nem que seja só pra olhar mais uma vez em seus belos olhos safiras. Devo cumprir minha promessa.
Postagem inspirada num filme sueco que eu vi essa semana. Muito bacana. Arn: O Cavaleiro Templário. Vou colocar o trailler aqui, se alguém quiser dar uma olhada. ;)